quinta-feira, 12 de junho de 2008

Regresso: Avenida e o Estio

Depois destes dias em Manhattan, preenchidos por conferências inúmeras, eis que me encontro de novo em Lisboa.

Apanho o metro que me leva até à Avenida da Liberdade para cumprimentar a cidade que me provoca reminiscências.

No metro reparo que chegou o Estio. Sentada num lugar afastado da janela, observo múltiplos e repetidos pés pelo chão das carruagens, pés embutidos em chinelos e sandálias. Pés que se esconderam em meias, sapatos e botas durante muito tempo e que têm agora a sua oportunidade de saudar o chão e o mundo.

As cores das roupas são mais vivas e claras e causam confusão ao cérebro que tenta focar a atenção numa camisola apenas e não consegue. Os transeuntes falam mais alto que o habitual quando faz chuva ou frio e os corpos femininos aparecem mais disformes e deformados que o costume.

As barrigas femininas aproveitam o Estio e saem energicamente das calças, ficando suspensas lateralmente. Parecem querer gritar que não mais se sujeitarão à opressão que é ficar por dentro das calças ou por baixo das camisolas sem ver a luz do dia.

Reparei ainda no recente orgulho dos indivíduos no país. Talvez por finalmente fazer sol e estar um clima agradável em Portugal, os indivíduos envergam t-shirts verdes e vermelhas com a inscrição Portugal.

No regresso a Lisboa, o balanço é bastante positivo. Os indivíduos parecem gostar mais do país em que vivem.

1 comentário:

Anónimo disse...

doutora Teresa, q tenho eu?