domingo, 25 de janeiro de 2009

Jazem ainda na minha secretária

Três casos patológicos bastante complexos.

Partilho convosco, caros leitores, um deles:

Um indivíduo, estudante numa universidade que lecciona as Letras, apresenta uma potencial esquizofrenia atípica que anda de mãos dadas com a quantidade de livros, teorias e pensadores que tem estudado ao longo dos últimos três anos da sua vida. Este indivíduo tem episódios paranóides disténicos reminiscentes. Na consulta que teve lugar há dois meses e meio, o indivíduo apresentou-se envergando um fato-macaco azul escuro julgando viver numa distopia. Noutra consulta mais recente insistia em dialogar comigo somente por meio de citações: "como diria Nietzsche" ou "como diria Hegel". Na última consulta apresentava um estado avançado de ideias delirantes, uma linha de raciocínio bastante confusa misturando ideias do que me pareceu ser Heidegger, Simmel, Jankelevitch e Santo Anselmo. Além de todos estes sintomas, o indivíduo em questão sente-se recorrentemente perseguido pelos professores que leccionam as cadeiras afirmando que estes têm por hábito torturar lentamente os alunos desprovidos de contactos importantes na universidade, vulgo cunhas.

Torna-se complexo ajudar este indivíduo sem o encaminhar para o Doutor Lourenço. Contudo, gostaria primeiramente de tentar uma solução terapêutica para este paciente que não envolvesse medicação.

Aceito, caros leitores, as vossas sugestões na resolução deste caso.

1 comentário:

Francisco disse...

um par de estalos